A música (do grego μουσική τέχνη - musiké
téchne, a arte das musas) é uma forma de arte que se constitui
basicamente em combinar sons e silêncio seguindo uma pré-organização ao longo
do tempo.
É
considerada por diversos autores como uma prática cultural e humana.
Atualmente não se conhece nenhuma civilização ou agrupamento que não possua
manifestações musicais próprias. Embora nem sempre seja feita com esse
objetivo, a música pode ser considerada como uma forma de arte,
considerada por muitos como sua principal função.
A criação, a performance,
o significado e até mesmo a definição de música variam de acordo com a cultura
e o contexto social. A música vai desde composições fortemente organizadas (e a
sua recriação na performance), música improvisada até formas aleatórias. A musica pode
ser dividida em gêneros e subgêneros, contudo as linhas divisórias e as
relações entre gêneros musicais são muitas vezes sutis, algumas vezes abertas à
interpretação individual e ocasionalmente controversas. Dentro das "artes",
a música pode ser classificada como uma arte de representação, uma
arte sublime, uma arte de espetáculo.
Para
indivíduos de muitas culturas, a música está extremamente ligada à sua vida. A
música expandiu-se ao longo dos anos, e atualmente se encontra em diversas
utilidades não só como arte, mas também como a militar, educacional ou terapêutica (musicoterapia).
Além disso, tem presença central em diversas atividades coletivas, como os
rituais religiosos, festas e funerais.
Há
evidências de que a música é conhecida e praticada desde a pré-história.
Provavelmente a observação dos sons da natureza
tenha despertado no homem, através do sentido auditivo, a necessidade ou
vontade de uma atividade que se baseasse na organização de sons. Embora nenhum
critério científico permita estabelecer seu desenvolvimento de forma precisa, a história da música confunde-se, com a própria história do
desenvolvimento da inteligência e da cultura humana.
O
Universo Instrumental da Banda Sinfônica
Maestro
Roberto Farias
Publicado na
Revista Weril n.º 126
A idéia de
banda sinfônica esteve no passado intimamente ligada ao trabalho da orquestra
sinfônica. No final do século 19 e início do século 20, esse numeroso organismo
instrumental de sopros e percussão elevava a já tradicional banda de música ao
"status" de uma orquestra sinfônica, principalmente no que se referia
ao repertório. Os arranjos e transcrições de aberturas de óperas, operetas,
movimentos de sinfonias, poemas sinfônicos e as célebres valsas vienenses
constituíram-se ingredientes responsáveis pela popularização da música
sinfônica, quando, de uma maneira mais ágil, promoviam o acesso do grande
público à chamada música de concerto, através de apresentações em parques e
outros logradouros, fora das ostentações dos grandes teatros da época. Por
outro lado, a excelência de muitos desses organismos trazia a banda à cena
principal nas grandes salas de concerto, despertando assim o interesse de
muitos compositores para uma nova possibilidade de expressão musical que
surgia, trazendo consigo uma flexibilidade que até então a já consolidada
orquestra sinfônica não permitia.
Uma vez
inspiradas nas grandes orquestras e por força do repertório (baseado unicamente
em transcrições), as primeiras bandas sinfônicas eram bem maiores que os
conjuntos modernos, já que partiam do princípio da substituição dos naipes de
instrumentos de cordas por instrumentos de sopro. Algumas formações utilizavam
entre 24 e 32 clarinetas e, em muitos casos, seguindo a tradição espanhola,
mantinham-se os naipes completos de violoncelos e contrabaixos, tais como na
orquestra. No Brasil, algumas bandas sinfônicas militares adotam esse modelo,
porém em proporções reduzidas. Em países do Cone Sul, como Argentina e Uruguai,
essa prática ainda é bastante comum, evidentemente com suas exceções.
O
desenvolvimento desses organismos e a sua importância na cultura musical
universal motivaram célebres compositores - como Hector Berlioz (Sinfonia Fúnebre
e Triunfal), Gustav Holst (1ª e 2ª Suites e Hammersmith), Arnold Schoenberg
(Tema e Variações, opus 43 a), Paul Hindemith (Sinfonia em Si Bemol e
Konzertmuzik) e o nosso Heitor Villa-Lobos (Fantasia em Três Movimentos em
forma de Choros e Concerto Grosso) - à criação das mais significativas obras do
repertório original para banda sinfônica, impulsionando assim a produção de uma
literatura específica que não pára de crescer.
Seguramente,
é hoje a banda sinfônica o organismo musical que mais executa a música do
século 20 em seus programas de concerto. Com o passar do tempo, em razão de um
repertório pensado exclusivamente para essa formação de sopros e percussão, a
banda sinfônica assumiu constituições mais específicas, adotando formações mais
compactas e uma diversidade maior de instrumentos, cada qual com sua função
definida - hoje está muito em voga a formação de "wind-ensemble", que
utiliza o mínimo de instrumentos, eliminando pratica-mente quase todas as
dobras das vozes, à exceção das clarinetas.
Organismos
como a Eastman Wind Ensemble, nos Estados Unidos e Tokio Kosei Wind Orchestra,
no Japão, utilizam um efetivo com a seguinte formação: 1 piccolo (flautim), 2
flautas (com flauta em sol eventual), 2 oboés, 1 corne inglês, 1 requinta, 6 a
9 clarinetas, 1 clarineta alto em mi bemol, 1 clarineta baixo em si bemol
(clarone), 1 clarineta contra-alto em mi bemol, 1 clarineta contra-baixo em si
bemol, 2 fagotes, 1 contrafagote, 2 saxofones alto (com 1 soprano eventual), 1
a 2 saxofones tenor, 1 saxofone barítono, 4 trompas, 3 cornets, 3 trompetes, 2
a 3 trombones tenor, 1 trombone baixo, 2 eufônios (bombardinos), 2 tubas, 1
contrabaixo, piano, harpa e percussão: tímpanos, bombo, caixa clara, caixa
tenor, prato a 2, prato suspenso, triângulo, tom-tons, gongo, tantã,
wood-block, temple-block, claves, chicote, matraca, maracas, glockenspiel
(bells), campanas, xilofone, vibrafone, marimba, celesta, etc.
No caso da
Eastman Wind Ensemble, idealizada pelo grande Frederick Fennell, que também é o
regente de honra da Tokio Kosei Wind Orchestra, a sua formação foi baseada, a
princípio, naquilo que havia de mais significativo no repertório para sopros: a
partir das célebres serenatas e divertimentos de Mozart, serenatas para sopros
de Richard Strauss, sinfonias e concertos para vários instrumentos solistas e
conjuntos de sopro de Stravinski, criando em seguida releituras de obras de
compositores famosos da música para bandas, como John Philip de Sousa e Henry
Fillmore, passando por Charles Ives, Russell Bennett, Clifton Williams, etc.
No Brasil, a
Banda Sinfônica do Estado de São Paulo está completando dez anos como um dos
mais importantes e completos conjuntos do gênero da América Latina. Seu efetivo
instrumental é um dos extensos, capaz de cobrir toda a produção existente para
banda sinfônica, agregando, quando for o caso, instrumentos que não fazem parte
do seu quadro, de acordo com a exigência da partitura. A Banda está assim
constituída: 1 a 2 piccolos (flautins), 8 flautas (com flauta em sol eventual),
2 a 3 oboés, 1 corne inglês, 2 requintas, 16 clarinetas, 1 a 2 clarinetas alto,
2 clarinetas baixo, 4 fagotes (com contrafagote eventual), 4 saxofones alto
(com 1 a 2 sopranos eventuais), 2 saxofones tenor, 1 saxofone barítono, 6
trompas, 7 trompetes (incluindo cornets, flugelhorn e trompete piccolo), 4
trombones tenor, 1 trombone baixo, 3 eufônios (bombardinos), 4 tubas, 5
contrabaixos, piano, harpa, sintetizadores e percussão: tímpanos, bombo, caixa
clara, caixa tenor, prato a 2, prato suspenso, triângulo, gongo, tantã, tom-tons,
wood-block, temple-block, claves, chicote, matraca, maracas, pandeiro,
campanas, glockenspiel (bells), xilofone, vibrafone, marimba, celesta, etc.
É comum a
Banda Sinfônica do Estado de São Paulo apresentar, num mesmo concerto, diversas
obras com formações variadas, como por exemplo: Octeto para sopros de Igor
Stravinski (1 flauta, 1 clarineta, 2 fagotes, 2 trompetes e 2 trombones); Ebony
Concerto, também de Stravinski (1 clarineta solo, quinteto de saxofones com
três clarinetas, 1 trompa, 4 trompetes, 3 trombones, 1 contrabaixo, 1 guitarra
acústica, harpa, piano e bateria) e Tema e Variações, opus 43a, para banda
completa. Nos últimos 10 anos, compositores brasileiros como Ronaldo Miranda,
Mário Ficarelli, Lelo Nazário, Harry Crowl, Amaral Vieira, Marlos Nobre,
Almeida Prado, Achille Picchi, Edmundo Villani-Côrtes, Cyro Pereira e Daniel
Havens têm dedicado à Banda Sinfônica do Estado de São Paulo um considerável
número de significativas obras, utilizando todo o recurso instrumental de que o
grupo dispõe repertório esse aclamado internacionalmente.
O Maestro
Roberto Farias, foi o fundador da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo e
atual diretor artístico da Banda Sinfônica de Córdoba (Argentina)
Música
boa, música ruim, porque toca esta e não toca aquela... blá,blá.
A
discussão é antiga. Em um recente episódio, alguns amigos discutiam
calorosamente sobre a qualidade da música que está sendo feita aqui ultimamente. Eu vinha concordando plenamente,
enquanto o que se discutia era a qualidade da harmonia, da melodia e até e
principalmente das letras de duplo sentido e péssimo gosto e por aí vai. Mas
fiquei preocupado quando os ataques se desviaram das músicas para os artistas
que as compuseram e/ou as cantam. Neste ponto da conversa eu pedi calma. Pedi
calma, pois estamos em uma democracia e cada um toca e/ou ouve o que quiser. Perguntei
a um dos participantes mais exaltados ao atacar os pobres dos cantores de
pagode, quantos discos de Hermeto Paschoal ele tinha em casa? E quantos de
Egberto Gismonti? Ora, que eu quiz dizer é que mais produtivo que falar mal da
música da qual não gostamos é prestigiar aquela da qual gostamos. Eu costumo
dizer, e às vezes sou odiado por isto, que admiro bastante o público dos grupos
de pagode e da música axé, e tenho certo pé atrás com o público composto por
uns que se auto intitulam "amantes da boa música". Por quê?
Simples. Quem gosta de pagode e afins, lota os ensaios dos grupos de pagode e
afins, ou seja, este público é fiel. Já em shows, concertos sinfônicos e de
jazz, música instrumental etc. Então, onde estão os ouvidos para esta música?
Não podemos esquecer que os músicos também precisam pagar conta, e se só há
público para tchubrubiru...que se há de fazer? Quem souber me diga. Enquanto
isto, falamos de música!
Podemos
definir banda sinfônica como um grande conjunto formado por instrumentos de
sopro e percussão (60 a 90 músicos), que se diferencia das orquestras
sinfônicas e das bandas tradicionais (civis ou militares) pela diversidade de
sua formação instrumental e abrangência de repertório. Assim, além dos
instrumentos normalmente empregados pelas bandas convencionais, utiliza
oboés, corne-inglês, diversas espécies declarinetes e saxofones, vasto naipe
de percussão (teclados: marimba, vibrafone, xilofone, glockenspiel; tímpanos,
bombos, campanas, etc...) e cordas (piano, contrabaixos e, em alguns casos,
violoncelos). Esta formação pode ser alterada de acordo com a natureza das
obras e , tal flexibilidade torna-a apta à execução de transcrições do
repertório concebido para a orquestra sinfônica e particularmente adequada às
experimentações da música contemporânea justificando assim o fato de seu já
vasto repertório original ser fruto da produção artística do século XX.
N o
Brasil, a palavra banda é geralmente associada às formações militares, aos
coretos das cidades do interior e, ainda, ao circo; mas apenas muito
ocasionalmente a um corpo sinfônico estável, voltado para a música de
concerto do mais alto nível de excelência como é o caso da Banda Sinfônica do
Estado de São Paulo. Assim, antes de mais nada, a música que se entende
destinada à essa formação parece restringir-se às marchas (festivas ou
fúnebres), dobrados, fanfarras, hinos e excertos operísticos. Essas obras,
entretanto, em que pese a nobreza de tratamento que possam eventualmente
apresentar, sequer se aproximam das imensas possibilidades e potencialidades
musicais desse agrupamento. A chamada música para instrumentos de sopro, que
constitui a essência mas não a integralidade do trabalho de uma banda, originou-se
nas cerimônias solenes, fúnebres e festivas. Tal música varia enormemente,
das fanfarras para metais, passando pelas delicadas serenatas e divertimentos
para sopros, até obras extremamente elaboradas como a "Sinfonia Fúnebre
e Triunfal" de Berlioz.
G iovanni
Gabrieli (1557-1612), mestre de capela da Catedral de São Marcos em Veneza,
aproveitou a presença das naves do sacro edifício para compor magníficas
peças antifonais e policorais que empregavam considerável numero de
instrumentos de sopro. A Alemanha dos séculos XVII e XVIII testemunhou um
notável desenvolvimento técnico dos instrumentos de metal, que pode ainda
hoje ser apreciado em partituras de Bach, Haendel e Telleman. A época de
Haydn e Mozart constituiu, também, um avanço técnico e expressivo para os
sopros, ao mesmo tempo em que certas circunstâncias econômicas e sociais,
verificáveis nas cortes e nas casas da nobreza do então vigoroso Império
Austro-Húngaro, estimularam a composição de serenatas e divertimentos para
execução em ambientes abertos e fechados, nas mais variadas ocasiões. As três
grandes serenatas para sopros de Mozart, encontram-se entre as obras primas
produzidas nesse período. A Revolução Francesa, assim como o Império
Napoleônico que lhe seguiu, propiciaram o ressurgimento da música triunfante
e cerimonial para metais, à maneira de Gabrielli, gênero do qual o Réquiem e
a "Sinfonia Fúnebre e Triunfal" de Berlioz, são felizes exemplos
O declínio
das cerimônias cívicas e religiosas, associado à decadência das cortes
européias no século XIX, relegou a produção para sopros a um patamar
secundário. Apenas umas poucas obras importantes, como a Pequena Sinfonia
para Sopros de Gounod, a Serenata em Lá de Brahms (destinada à
"orquestra sem violinos" para destacar a sonoridade e expressividade
dos sopros) e a Serenata para Sopros de Richard Strauss, contribuíram para
manter acesa a chama daquele que parecia ser um meio obsoleto de expressão. A
redescoberta dos "coros de sopros" encabeçada por Gustav Mahler, o
movimento neoclássico que sucedeu a Primeira Grande Guerra e a necessidade de
partituras destinadas aos conjuntos menores, além do surgimento de concursos
de bandas e fanfarras na Inglaterra, pavimentaram o caminho triunfante dos
sopros no século XX, preparando aquilo que viria a ser o seu principal
veículo de divulgação da produção contemporânea.
A assombrosa
multiplicação das bandas militares e escolares no novo centro econômico e
cultural do mundo - os Estados Unidos da América - constituíram uma
verdadeira revolução em termos de formação e repertório das bandas. No espaço
de apenas vinte anos, a partir de meados da década de 1930, vieram à luz
inumeráveis obras-primas destinadas às diversas combinações de instrumentos
de sopros. Paul Hindemith, Serge Prokofiev, Arnold Schoemberg e Darius
Milhaud, são apenas alguns dos maiores compositores deste século que
escreveram especificamente para bandas, mas foram os compositores
norte-americanos que a adotaram como seu principal meio de expressão e
enriqueceram enormemente sua literatura de concerto. Obras como o
Divertimento de Vicent Persichetti, inauguraram um novo conceito de
instrumentação para esse tipo de formação e contribuíram para o alargamento
dos horizontes e fronteiras da composição moderna.Robert Russell Bennett,
Morton Gould, Gunther Schuller, Karel Husa, Alfred Reed, Johan de Meij e
Micael Colgrass são alguns dos mais importantes compositores deste século que
tem como característica central de suas obras a produção para sopros
Texto retirado do site da Banda sinfônica do estado
de São Paulo
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Pensando em tudo isto amigos, chego a
conclusão que devemos utilizar os meios e músicas que a grande maioria gosta, transformá-las
e se possível melhorá-las para que o publico sinta interesse em participar dos
concertos e Grupos Musicais e dentro do repertório sempre acrescentarmos o
repertório sinfônico, mas, temos que nos lembrar, só existem dois tipos de
música, música boa e música ruim, mas ainda tem um detalhe, depende do coração,
alma e ouvido que escuta.